Quinta-feira tem história nova. E o inferno da vez é um esgoto a céu aberto com sotaque francês, às vésperas da Batalha de Monte Castelo. Sabe, guerra é só mais um trampo de merda, mas com um dress code pior. Em vez de um chefe babaca, tem um sargento. Em vez de uma bronca, uma bala. E lá estavam os nossos ‘pracinhas’, olhando praquele morro na Itália, prontos para virar estatística no jornal do dia seguinte.
Não espere um herói. O nosso cara é só um paraquedista espião, um fodido que sobreviveu ao salto de uma “lata de sardinha voadora” que se desfazia no ar, enquanto seus companheiros viravam uma névoa vermelha. Ele não está lá pela glória ou pela pátria. Está lá porque é o que sabe fazer: não morrer. Talvez por uma garrafa de uísque no fim da linha.
A missão é simples como um soco na cara: pegar um mapa, um atalho secreto que pode evitar o massacre dos brasileiros. Mas primeiro, ele precisa encontrar um contato num bar que “respira melancolia, uma mistura de café barato e sonhos mortos”.
Só que, no lugar do contato, quem aparece é um trio de oficiais alemães com olhos frios “como o aço de uma baioneta”. E o que eles propõem não é uma conversa. É um jogo. Um revólver, uma única bala e o som do clique do gatilho ecoando no silêncio doentio do bar. A roleta russa como política de interrogatório.
É um mergulho na lama e na insanidade, onde a sorte é uma vadia traiçoeira e a única saída, às vezes, é chutar a porta do inferno. Leiam se tiverem estômago. A gente se vê na quinta.