Açúcar Amargo na Urca

Tem épocas do ano que o sol do Rio de Janeiro fica de sacanegem com a gente. Domingo com uma puta sombra de 40 graus, mesmo em um bairro de frente para o mar, como é a Urca. Sol rachando lá fora, Pão de Açúcar feito um cartão postal idiota na janela da sala, e aqui dentro, essa farsa familiar. Minha casa. Minha mulher, Sofia. E eles. Carlos, o irmão dela, um banana engomadinho. E Laura. A mulher dele. Minha cunhada. Porra, só de pensar o sangue ferve.

Laura. A personificação da esposa troféu suburbana, mesmo morando temporariamente nesse apartamento com vista pro mar, que eu altruistamente, mas contrariado, pago. Cabelo castanho impecável, olhos azuis que tentam vender uma inocência que eu sei que não existe, corpo que parece esculpido pra caber num vestido de festa cafona. Um metro e cinquenta e poucio de altura, uns cinquenta e poucos quilos de pura fachada. Religiosa, prendada, mãe de dois pirralhos que agora, graças a Deus, estão dormindo.

Vocês acham que eu caio nessa? Nessa peça de teatro de “lar feliz”? Merda nenhuma. Eu vejo através dessa merda toda. Vejo a fome por trás daqueles olhos azuis. A mesma fome que eu sinto. Só que ela disfarça melhor. Ou talvez só precise do empurrão certo.

Lembram daquele jantar semana passada? Conversa fiada sobre livros. E ela me solta que adorou “50 Tons de Cinza”. Cinquenta tons de caralho, isso sim. Mas acendeu uma luz. Depois que Sofia e o banana foram dormir, puxei o assunto de novo. E ela abriu o bico. Submissa. Disse que não consegue dizer não pra sexo, não importa quem peça. Falou do marido controlador, o Carlos, como se ele fosse a causa, não a consequência da própria fraqueza dela. Ou talvez, da própria natureza.

Perguntei na lata se ela obedeceria se eu mandasse ela abrir as pernas pra mim. O rosto dela pegou fogo. Os olhos ficaram vidrados. Vi a mão dela deslizar pra coxa, se esfregando por cima da calça de ioga ridícula. Patético. E excitante pra caralho. Claro que ela percebeu a merda que estava fazendo, ficou vermelha como um pimentão e fugiu pra cama. Covarde.

Os dias seguintes foram um gelo. Ela me evitando, eu observando. Cada gesto dela, cada olhar furtivo. Analiso tudo. A forma como ela serve o café pro Carlos, a cabeça baixa, a submissão ensaiada. Mas quando ele não está olhando, ela me lança uns olhares. Fogo disfarçado de respeito. Ela quer. Eu sei que ela quer. Quer ser dominada, quer que alguém arranque essa máscara de santinha.

E esse alguém sou eu. Robert. O cara que paga as contas, que tem a casa de magnata com vista privilegiada, que fode gostoso a irmã do marido dela. Eu sou o dono dessa porra toda. Inclusive dela. Ela só não sabe ainda.

Hoje, a oportunidade perfeita. Sofia e Carlos inventaram de visitar uns parentes chatos em Niterói. Vão voltar tarde. Os pirralhos já capotaram. Sobramos eu e Laura. Sozinhos na sala ampla, a brisa da Baía de Guanabara entrando pela varanda, trazendo o cheiro de maresia e poluição. Romântico, né? Vão se foder.

Estamos jogando Mario Kart no Super Nintendo velho que eu tenho. Ela está novamente com a famigerada calça de moletom e uma camiseta larga. Sem maquiagem. Tentando parecer relaxada. Mas eu vejo a tensão nos ombros dela. A respiração curta. Ela sabe o que está por vir. Ou melhor, ela *deseja* o que está por vir.

Estou de bermuda e camiseta. Fácil acesso. Meu pau já está latejando. Ela termina a corrida em último lugar, claro. Frustrada. Adorável.

“Sua vez,” ela diz, me passando o controle.

Ignoro o controle. Puxo a cabeça dela pra baixo, direto no meu colo. “Chupa,” ordeno. A voz sai mais rouca do que eu esperava. Foda-se.

Ela hesita por um milésimo de segundo. Os olhos azuis arregalados, procurando uma saída que não existe. Mas a submissão vence. Sempre vence. Ela abre a boca e me engole. Sem jeito no início, depois com uma fome que me surpreende. Ou talvez não. Eu sabia que estava ali, escondida.

Os próximos minutos são um borrão. A boca dela trabalhando no meu pau. Quente, úmida, desesperada. A melhor que já recebi? Talvez. Mas não é só pelo sexo. É pelo controle. É por saber que ela está ali, de joelhos, fazendo exatamente o que eu mando. A santinha do pau oco, literalmente.

Quero mais. Sempre quero mais. Puxo-a pelos cabelos, fazendo-a levantar. Ela está ofegante, os olhos brilhando, uma mancha escura de umidade crescendo na calça de moletom cinza.

“Tira,” ordeno.

Ela obedece, puxando a calça desajeitadamente até os tornozelos. Fica ali, parada, exposta. Minhas mãos sobem por suas pernas, por baixo da camiseta larga. Encontro sua calcinha de algodão, já encharcada. Deslizo os dedos por cima do tecido, pressionando seu clitóris. Ela treme, morde o lábio pra não gritar. Os filhos dormindo no quarto ao lado. Que se fodam eles também.

Analiso a cena. A mulher do meu cunhado, seminua, excitada, presa pela própria roupa nos tornozelos. É quase poético, na minha visão distorcida. Pego-a no colo – ela é leve, quase frágil – e a jogo no sofá de couro branco. O couro frio contra a pele quente dela. Mantenho seus tornozelos presos pela calça. Abro suas pernas. A visão da sua buceta molhada, rosada, exposta pra mim. É minha. Nesse momento, ela é minha propriedade.

Desde que a vi pela primeira vez, anos atrás, na festa de noivado do banana do Carlos, eu a desejei. Não amor, não se enganem. Desejo puro. Posse. E agora, finalmente, ela está aqui. Exatamente como eu queria.

Deslizo meus dedos por suas coxas, contornando seus lábios úmidos. Ela está tão excitada que começa a ter um orgasmo só com meu toque superficial. Sinto os espasmos, as contrações. Deixo-a gozar por alguns segundos. É bom vê-la perder o controle. Mostra quem manda.

Continuo com os dedos, entrando e saindo dela. Ela geme baixinho, se contorcendo no sofá. Tiro meus dedos e os levo à boca dela.

“Lamba,” ordeno. “Você sujou meus dedos. Menina má.”

Ela lambe e chupa meus dedos, limpando seu próprio gozo. Os olhos fixos nos meus, uma mistura de vergonha e excitação. Adoro essa mistura. Me posiciono entre suas pernas abertas. Esfrego a cabeça do meu pau na sua entrada molhada. Provoco-a por alguns minutos, observando sua agonia deliciosa.

“Quer meu pau dentro dessa sua buceta apertadinha de casada?” pergunto, a voz baixa.

Como resposta, ela geme e tenta se empalar em mim. Sorrio. Previsível.

Entro devagar. A cabeça do meu pau deslizando por sua umidade. Ela é apertada. Muito apertada. Carlos não deve dar conta do recado. Ou talvez ela se feche pra ele. Pra mim, ela se abre.

“Essa buceta é minha agora,” sussurro em seu ouvido. “Vou te alargar com meu pau grosso.”

Isso a leva a outro orgasmo. Instantâneo. Forte. Os dedos dela cravam nos meus braços. O corpo dela convulsiona. Fico parado dentro dela, sentindo cada espasmo, cada contração me apertando. É a porra da melhor sensação do mundo. Saber que sou eu quem a faz sentir isso.

Quando ela se acalma um pouco, começo a me mover. Estocadas longas, lentas. Quase saindo completamente antes de afundar de novo. Ela geme a cada movimento. Nossos corpos suados deslizando um no outro no couro do sofá. O cheiro de sexo começa a tomar conta do ar.

O ritmo acelera. Minhas estocadas ficam mais fortes, mais brutas. Ela responde, levantando os quadris para me encontrar. Suas unhas arranham minhas costas. Isso. Lute. Mostre que está viva.

Sinto meu próprio orgasmo chegando. Uma onda subindo. Mas quero mais dela primeiro. “Goza pra mim, Laura,” grunho.

Ela grita meu nome quando chega lá, mais uma vez. Intensa. Descontrolada. E então, no meio do seu clímax, sinto o meu explodir. Seguro-a firme, bombeando meu gozo dentro dela. Quero enchê-la. Marcá-la como minha.

Caímos no sofá, ofegantes. O cheiro de nós dois é forte agora. Olho para o relógio na parede. Merda. Sofia e Carlos podem chegar a qualquer momento.

Me inclino e a beijo. O gosto dela, misturado ao meu. Ela corresponde com avidez, a língua buscando a minha.

“Levanta,” digo, puxando-a pelos braços. “Não temos muito tempo.”

Ela parece atordoada, os olhos ainda nublados pelo prazer. “De novo?” pergunta, a voz fraca.

“Sempre,” respondo. Puxo a camiseta dela pela cabeça, expondo seus seios. Mordo um mamilo enquanto a empurro de quatro sobre a mesinha de centro de vidro. A bunda dela empinada pra mim. Perfeita.

Esfrego meu pau já semi-duro na sua entrada ainda mais molhada. “Pronta pra mais, minha putinha de família?”

Ela apenas geme e tenta empurrar a bunda contra mim. Entro nela novamente, mais fácil desta vez. As estocadas são rápidas, desesperadas. O tempo está acabando. Agarro seus cabelos, puxando sua cabeça para trás.

“Você é minha,” grunho em seu ouvido. “Meu brinquedo de foder. Seus buracos são meus.”

Sinto sua buceta apertar meu pau. Outro orgasmo. Ela começa a tremer, as pernas ameaçando ceder. Seguro-a pela cintura, mantendo-a na posição. Fodo-a com mais força, mais rápido. Preciso gozar de novo. Preciso possuí-la completamente antes que a farsa acabe.

“Você quer meu porra de novo, não quer?” pergunto, apertando sua garganta levemente.

“Sim… por favor… enche…” ela consegue dizer entre gemidos.

É tudo que preciso. Gozo dentro dela mais uma vez, uma explosão final de posse e prazer egocêntrico.

E é nesse exato momento que ouvimos o barulho da chave na porta da frente.

Congelamos. O som da porta se abrindo. As vozes de Sofia e Carlos no corredor.

Olho para Laura, ainda de quatro na mesinha de centro, nua, coberta de suor e gozo. Os olhos dela encontram os meus, arregalados de pânico.

Fodeu. Fodeu bonito.

Sofia entra na sala. Para. Os olhos fixos em nós. A boca aberta em um “O” silencioso de choque.

Carlos aparece logo atrás dela. Vê a cena. Vê a mulher dele. Vê a mim.

O silêncio no apartamento da Urca é ensurdecedor. Mais alto que qualquer gemido, qualquer grito.

E a única coisa que consigo pensar é: Merda, manchei a porra do meu sofá de couro branco.

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